Ninguém ignora a importância da internet nos dias atuais. O que nem todo mundo sabe é que as tecnologias que giram em torno dela e que a mantêm em funcionamento estão evoluindo radicalmente nos países de primeiro mundo, e que hoje o cenário já se aproxima de uma verdadeira revolução: a da Web 4.0.
Embora o Brasil já tenha quase 150 milhões de internautas, é preciso lembrar que isso não representa muito mais do que a metade da população total. De tal modo que, segundo dados do próprio IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 40% das pessoas ainda não têm acesso à internet.
Apesar de esse cenário ter mudado bastante da virada do século para cá, ou seja, da década do ano 2000 em diante (houve evoluções de mais de 400% ao ano), nosso país continua com números baixos se comparado a outros, sobretudo aos de primeiro mundo.
Isso se torna ainda mais importante se considerarmos as demandas tecnológicas e até culturais da Web 4.0. De fato, vivemos a época da Indústria 4.0, da Educação 4.0, e de outras dimensões culturais que vão se adaptando à realidade dessa “nova internet”.
Para entender do que exatamente se trata, e como isso vai influenciar diretamente nos e-commerces, no marketing e nos negócios de modo geral, continue conosco na leitura!
Contextualizando: Gerações X, Y e Z
Atualmente o marketing e o e-commerce já dependem quase que 100% da compreensão a respeito do que sejam as novas gerações que vivem conectadas na internet, também conhecidas como “nativos digitais”.
É conhecida a teoria das Gerações X, Y e Z, respectivamente:
- Baby boomers: os nascidos entre 1945 e 1965;
- Geração X: os nascidos nas décadas de 1960-70;
- Geração Y: os nascidos nas décadas de 1980-90;
- Geração Z: os nascidos nas décadas de 1990-atual.
Também é possível estipular a Geração Z com um recorte das pessoas nascidas em meados do ano 2000, de modo que os da década de 1990 entraram na faixa da Geração Y. Seja como for, esses dois grupos compõem a transição do que se convencionou chamar “imigrantes digitais” para, os mais recentes, “nativos digitais”.
Os termos falam por si mesmos: os jovens da atualidade são os nativos, pois cresceram com a esfera digital (notebooks, smartphones, tablets, etc.) totalmente presente em suas infâncias.
Já as pessoas da geração anterior aprenderam, em maior ou menor grau, a utilizar dessas ferramentas, são os “imigrantes”, pois não foram impactadas na infância.
Conexão 5G e os ditames da Web 4.0
Diante do que foi dito acima, não é difícil conceber como as evoluções tecnológicas podem impactar a vida das pessoas, especialmente no tocante à relação delas com as marcas, empresas, produtos e serviços em geral. O que vale, obviamente, para todos os segmentos.
Por exemplo: com certeza o marketing/publicidade de uma empresa de manutenção de microscópio (especialmente por ser uma área tão voltada ao âmbito da tecnologia), já não é ou não pode ser como nas décadas anteriores.
Também já não basta ter um website institucional. Hoje as empresas investem em content marketing, inbound marketing, marketing one-to-one e daí por diante. Todas essas são estratégias que permitem às marcas assumir uma persona, e se relacionarem com os clientes mais ou menos como se fossem uma “pessoa de carne e osso”.
Imaginemos uma empresa de manutenção preventiva geradores diesel, por exemplo. Por mais técnica, nichada e propriamente industrial que ela seja, é obrigatório que hoje, em termos de e-commerce, ela esteja presente nas redes sociais, em marketplaces, talvez até em apps de smartphones e afins.
Segundo os ditames da Web 4.0, toda essa realidade vai se intensificar ainda mais. A tecnologia está se unindo às demandas das Gerações Y e Z, que elevam o armazenamento de dados e a conectividade a níveis incríveis, e grande parte do tempo das pessoas é dedicado a uma esfera digital, o que cresceu ainda mais após a rede sem fio (o Wireless).
Isso muda tudo. Mesmo que a empresa lida com algo específico como serviço de solda, por exemplo, os profissionais do ramo que precisam dessa solução podem pesquisar, cotar e fechar negócios a qualquer horário do dia, de qualquer local em que estejam. Portanto, as plataformas, websites e aplicativos precisam se adaptar a isso.
Hoje já se fala em Conexão 5G, que é um sinal que permite às pessoas uma velocidade incrível (mais ou menos a mesma que você tem no seu microcomputador, no acesso às pastas do seu HD). E tudo isso com portabilidade, ou seja, de qualquer canto em que se estiver, o sinal permitirá uma acessibilidade e uma navegabilidade incrivelmente estáveis.
O que vai ser do e-commerce em geral?
Como vimos, o futuro é inevitável. As novidades tecnológicas que se aproximam, ou que já estão aí, têm origem em hábitos que já se tornaram verdadeiras necessidades nas mãos das mais novas gerações. Além de que as gerações mais antigas se adaptam a elas com uma velocidade notável.
Como vimos, toda a navegabilidade das pessoas mudam, e portanto todo o marketing e publicidade das marcas também deverão mudar. Quem não conseguir se adaptar, certamente ficará para trás e perderá o mercado.
Uma simples transação como comprar elástico por kilo será totalmente transformada, sejam elásticos de uso de escritório, sejam os de ortodontia e tratamentos afins. O mais interessante de se recordar nisso tudo, é que a internet é uma área totalmente digital (de softwares), porém existe toda uma base física (de hardware) que a sustenta.
Assim, não apenas os discos rígidos e servidores, as antenas de distribuição e os cabeamentos terão de ser substituídos, como a própria logística e a produção comercial existente por trás da esfera digital também terão de se adaptar.
A logística de uma empresa de movimentação de cargas pesadas, por exemplo, precisará ser toda reformulada, uma vez que as entregas, despachos, mudanças, transferências e todas as demais atividades operadas por esse nicho mudarão completamente.
Elas passarão a ser rastreadas, por exemplo, e até mesmo integradas com sistemas de satélite e comunicação com o cliente, tudo de um modo nunca visto.
A produção, como dito, não ficará atrás, o que nos remete ao conceito de Indústria 4.0, já referido acima, e que aprofundaremos adiante.
Você já ouviu falar em Internet das Coisas?
O termo Indústria 4.0 já é relativamente famoso no Brasil. E é absolutamente importante e debatido em países de primeiro mundo, ao lado do conceito de Internet das Coisas, o qual está intimamente relacionado com tudo isso.
A Internet das Coisas, ou IoT (Internet of Things), segundo a abreviação que a popularizou no mundo inteiro, nada mais é que uma aplicação da Web 4.0 à área da automação. Lembrando que ela já atua tanto na frente residencial, quanto na industrial (sobretudo em indústrias pesadas, como empresas de caldeiraria, soldagem, minérios e afins).
Para efeito de ilustração: hoje, uma residência automatizada pode chegar ao ponto de permitir que uma pessoa, enquanto se desloca para casa de carro, já acione pelo celular a banheira do seu apartamento, a qual tem sensores para ser ligada, enchida de água e já ir aquecendo enquanto isso.
Outro exemplo é o de uma geladeira inteligente, que pode chegar ao ponto de indicar quando um artigo (alimento, bebida, etc.) precisa ser reposto. E mais: ela pode avisar isso em seu display embutido, ou via mensagem para o celular do dono.
Não é difícil imaginar as possibilidades que a Internet das Coisas abre para o universo industrial. Como no caso de uma indústria fabricante de selo mecânico, que é um dispositivo de vedação que previne contra vazamentos de fluídos, aplicado em áreas que podem ir do setor químico ao naval e aeronáutico.
Obviamente, dispositivos de alta performance como esses contam com tecnologias que precisam ser igualmente altas. Também assim, a precisão que a IoT permite às máquinas e fábricas atuais é algo jamais visto, o que atende o mercado com produtos de uma excelência incomparável.
LGPD: o aspecto legislativo dessa revolução
Um aspecto importante, e já debatido ao lado das questões de Web 4.0, Indústria 4.0 e Internet das Coisas, tanto no tocante à dimensão comercial quanto à da privacidade dos cidadãos enquanto tais, é a da proteção de dados.
De fato, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), nada mais é que a legislação nacional que regula todas as atividades concernentes ao tratamento de dados pessoais e comerciais.
A lei é de 2018, e prevê uma série de valores, tais como:
- O respeito e direito à privacidade;
- A liberdade de informação e de expressão;
- A liberdade de opinião e de comunicação;
- A defesa do desenvolvimento econômico e tecnológico;
- A defesa da inovação e da livre iniciativa;
- A defesa da livre concorrência e do consumidor, etc.
Como dito, a LGPD atua entre o foro pessoal e o comercial. As últimas determinações listadas, por exemplo, podem regular desde a simples compra que uma empresa faz de pallet de contenção para 4 tambores, até transações internacionais com cartão de crédito via e-commerce.
Em todos os casos, a Web 4.0 veio para ficar. Ela já alterou os hábitos de muitas pessoas, a rotina de gerações inteiras, a indústria e o comércio digital, e daí por diante. E certamente precisa entrar no horizonte de quem quer ter e manter um negócio online.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.