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A nanotecnologia em alimentos está produzindo um impacto nunca antes presenciado, ao influenciar desde a forma como são cultivados até o processo de embalagem.
Empresas de todo o mundo investem no desenvolvimento de nanomateriais que farão a diferença na qualidade e na segurança nutricional, aprimorando os benefícios que os alimentos trazem para a saúde.
Ao longo deste post, abordamos o que é a nanotecnologia e mostramos algumas de suas principais aplicações na indústria alimentícia, demonstrando sua importância nesse cenário. Boa leitura!
O conceito de nanotecnologia
A nanotecnologia é a aplicação prática da chamada “ciência das pequenas coisas”. O tamanho, aliás, pode impressionar um observador desavisado, afinal, seus objetos são elementos com menos de 100 nm. Um nanômetro corresponde a 1×10−9 metro, isto é, um milionésimo de milímetro ou um bilionésimo do metro.
Para comparação, um cabelo humano possui cerca de 60.000 a 80.000 nanômetros de largura. Os cientistas descobriram que os materiais em pequenas dimensões (partículas) apresentam propriedades significativamente diferentes dos mesmos materiais em maior escala.
Abriram-se, portanto, infinitas possibilidades de aprimorar estruturas inteiras a partir do entendimento dessas diferenciações e aprender a controlar a montagem de pequenas estruturas.
Trata-se, em suma, de uma forma de engenharia submolecular voltada a influenciar as propriedades da matéria.
A utilização de nanomateriais nas embalagens
O uso de nanomateriais em embalagens de alimentos já é uma realidade. Um exemplo são os frascos feitos com nanocompósitos que minimizam o vazamento de dióxido de carbono da garrafa. Isso aumenta a vida útil das bebidas carbonatadas sem ter que utilizar embalagens de vidro mais pesadas ou latas mais caras.
Outro exemplo são os recipientes de armazenamento de alimentos com nanopartículas de prata embutidas no plástico, que apresentam vantagens claras, como a eliminação de bactérias de qualquer alimento previamente embalado nas caixas, reduzindo a incidência de microrganismos nocivos à saúde humana.
Existem outros produtos atualmente em desenvolvimento, como embalagens plásticas com nanossensores capazes de detectar gases presentes em alimentos que se estragam, e embalagens que mudam de cor para alertar o consumidor.
Também estão sendo desenvolvidos filmes plásticos que permitem que o alimento permaneça fresco por mais tempo. Isso funciona graças às nanopartículas de silicato que reduzem o fluxo de oxigênio no interior e o vazamento de umidade para fora da embalagem.
Alteração de características dos alimentos
As nanopartículas são usadas para fornecer vitaminas ou outros nutrientes em alimentos e bebidas, sem afetar o sabor ou a aparência. Elas encapsulam os nutrientes e os levam pelo estômago para a corrente sanguínea.
Para muitas vitaminas, esse método de entrega também permite que uma maior porcentagem dos nutrientes seja, de fato, utilizada pelo organismo, pois, quando não encapsulados pelas nanopartículas, algumas dessas substâncias se perdem no suco gástrico e deixam de ser fisiologicamente aproveitadas.
A nanotecnologia na agricultura
Pesquisadores trabalham com afinco para criar melhores soluções de pesticidas, encapsulando-os em nanopartículas que só liberam os agrotóxicos no estômago de um inseto, minimizando a contaminação das próprias plantas.
Outro desenvolvimento a ser aprofundado é uma rede de nanossensores e dispensadores em toda a lavoura. Os sensores reconhecem quando uma planta precisa de nutrientes ou água, antes que o agricultor possa observar qualquer sinal de deficiência.
Os dispensadores liberam, então, fertilizantes, nutrientes específicos ou água conforme necessário, otimizando o crescimento de cada planta no campo.
Essa é, certamente, uma das mais revolucionárias e benéficas aplicações da nanotecnologia em alimentos, pois, além de garantir a qualidade das colheitas, evita os danos econômicos e sociais decorrentes da perda de plantações inteiras.
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